quarta-feira, 27 de maio de 2009

I wonder...

Estava parado em uma fila, na rua, quando passaram por mim dois rapazes conversando. Só pude ouvir uma frase, onde um deles dizia:

- ... a gente musica, faz um som, chama um batera e um baixo...tem que ser um batera e um baixo...

Passei a próxima meia hora me perguntando se alguma fila de Liverpool teve o privilégio de ouvir um trecho de diálogo assim entre Lennon e McCartney antes do nascimento dos Beatles.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Perspectiva

Estou sentindo que a Luiza vai nascer hoje. É fácil palpitar assim, pois o médico já disse que de amanhã não passa, mas coloco todas as minhas fichas em hoje, às 23h17.

Já me disseram algumas vezes que não existe nada melhor para colocar a vida em perspectiva do que o nascimento de um filho. E eu sempre respondo que mal posso esperar.

Tanta coisa que eu quero mostrar, que eu quero contar, que eu quero ensinar. E tudo começa hoje, às 23h17.

Atualização em 26/05: Ainda bem que eu não ganho dinheiro com previsões. O médico já marcou o retorno para quarta-feira, quando a pequena vai ser reavaliada. Se nascer durante Cruzeiro x São Paulo é automaticamente são-paulina, certo?

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Pensamento sobre o time do Internacional

Quem tira leite de pedra não sabe o que fazer com vaca holandesa.

Atualização em 25/05: 100% no Brasileiro, semi da Copa do Brasil e o estadual já no bolso. Quem sou eu para dar pitaco no laticínio alheio?

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Deus e o Mundo

E Deus, que é um fervoroso defensor do feedback como forma de conhecer melhor a organização, desceu novamente à Terra para ver como andavam as coisas. Fazia muito tempo desde a última vez que fora em pessoa e não tinha muita fé nos relatórios que vinha recebendo. Era melhor ver com os próprios olhos. E escutar com os próprios ouvidos. E cheirar com o próprio nariz, sentir na própria pele e saborear com a própria língua.

Para evitar qualquer alusão ao Apocalipse, programou sua descida no ano de 2009, para o qual não havia nenhuma profecia cataclísmica catalogada no arquivo celestial. Sua descida era completamente top-secret-classified-information, mas vai que algum assessor com excesso de pró-atividade manda preparar uma recepção? Não queria nem pensar na hipótese. Melhor prevenir.

América do Sul...Brasil...São Paulo...Bela Vista...Avenida Paulista...em frente ao Parque Trianon. Assim que chegou, sentiu a brisa suave no rosto e viu que era bom! Também sentiu o calor do sol e abriu os braços para receber plenamente essa dádiva. Por que os homens reclamam tanto? Isso é divinamente gostoso! Poderia ficar horas sentindo os raios banhando sua face e o vento envolvendo seu corpo...

- Aí, chefia, vai uma lupa? Não dá pra ficar brincando com os ultra-violeta, não, hein?

Ah, pensou, o escambo. Surpreendente como as formas mais simples de comércio eram sempre as mais enraizadas! Examinou a banca e viu diversos óculos escuros expostos. Pegou um meio triangular, estilo Chips, marca RaiBam.

- Boa escolha, o chefe tem bom gosto! Esse tem proteção contra radiação, UVA e UVB, além de ser irado! Normalmente sai por 15, mas pro senhor, faço por deizão...

Pôs a mão no bolso e...providência divina! Lá encontrou uma nota de 10 reais! Sabia que estaria lá assim que precisasse, mas sempre se animava com esses pequenos milagres, mesmo que fossem seus. Pagou ao homem e colocou os óculos no rosto.

Agora que estava devidamente equipado, era mais fácil olhar para cima e admirar as maravilhas arquitetônicas que o cercavam. Pessoalmente, preferia uma coisa mais minimalista, mas não dava para negar a imponência e grandiosidade dos edifícios. Estava na cara que os homens tentavam compensar alguma coisa, só não conseguia dizer exatamente o quê. Talvez alguém pudesse explicar na volta. Aquele austríaco careca de barba branca, por exemplo. Sigmund alguma coisa. Dizem que tem coisa que só ele explica.

Mais à frente, um grupo de pessoas se aglomerava em torno de um orador que pregava aos berros, provavelmente para tentar ser ouvido acima dos ruídos dos automóveis. Pensando bem, os sons e odores não estavam à altura das imagens e sensações táteis. Eram até bem desagradáveis. Talvez essa fosse a raiz da insatisfação humana dessa vez, pensou. Mau cheiro e barulho, realmente, podiam levar qualquer um à loucura! Mas seria o bastante?

Segundo a teoria de estatística celestial – de autoria própria e infinitamente mais avançada que os rudimentos usados por aqui – a qualidade de vida do planeta seria aceitável se, e somente se, pelo menos três dos cinco sentidos concedidos ao homem fossem positivamente estimulados durante a visita. Metade mais um. A idéia de dar um número ímpar de sentidos ao homem fora mesmo providencial. E é claro, nada dessa perda de tempo de amostragem mínima ou intervalo de confiança. A visita – única, pessoal e intransferível – devia acontecer no local e instante que melhor aprouvesse à inspiração divina, nem um segundo antes e nem um centímetro para o lado. Simples e perfeito, do jeito que gostava.

Até aquele momento, o placar das sensações na Av. Paulista estava empatado. O sol e o vento tinham agradado e os grandes edifícios eram belos, apesar da óbvia compensação – não estava ali para julgar ninguém. Pelo menos, não ainda. Por outro lado, a fumaça agredia suas narinas e os decibéis machucavam seus ouvidos. Logo, para sacramentar a decisão, para ter certeza absoluta do veredicto, precisava testar o último sentido: o paladar.

Coincidentemente – aliás, como era divertido o conceito humano de sorte e coincidência! – vinha na direção contrária uma menina no colo de seu pai, lambuzando o rosto todo com um sorvete. Sim, era daquilo que precisava. Ele abaixou os óculos e piscou para a criança, que deu um sorriso todo babado e ofereceu o quitute. Retribuindo o sorriso, aceitou a oferenda de bom grado.

Era uma casquinha de baunilha. Ele deu uma lambida e viu que era boa! Divinamente refrescante, doce, dissolvia-se na boca. Ousava dizer que era até melhor que a ambrosia que provara no Monte Olimpo, embora não chegasse aos pés do chocolatl azteca. Hum, só de lembrar do chocolatl a boca já enchia de água...

De qualquer forma, o sorvete era bom e era tudo o que importava. Placar final, Bom 3x2 Ruim. Apesar de ter sido o resultado mais apertado da história humana, fora provado cabalmente que o homem continuava reclamando à toa. A qualidade de vida na Terra é boa. E, pensando bem, era típico dos humanos fechar os olhos para tudo de bom que existe no mundo e focar toda a atenção nos problemas. Que, na maioria das vezes, eles mesmos criaram, diga-se de passagem.

Agora tinha que pensar na melhor maneira de refrear os ânimos lá em cima. Não queria desmotivar seus promissores executivos, mas não podia permitir que algum jovem impulsivo resolvesse proclamar a falência e a inviabilidade da raça humana. Ou pior, decretar uma intervenção divina! Como se a última já não tivesse dado bastante problema!

Bom, melhor ir embora logo, antes que o tal orador suba no caminhão e comece a gritar palavras de ordem. Afinal, a paciência divina é grande, mas tem limite.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Justiça no futebol

É fato que raros são os jornalistas ou comentaristas esportivos que dão gosto de ouvir (entre as honrosas exceções, na minha opinião, estão André Kfouri, Milton Leite, Caio e Junior), mas uma das coisas que mais me irrita na cobertura futebolística é quando um desses tais diz que o placar foi injusto pelo que as equipes apresentaram. Principalmente se a culpa da 'injustiça' é o goleiro de uma delas. Aí é pisar no calo.

Tenho certeza que você já ouviu alguma variação de "o Campanário jogou muito mais, merecia estar ganhando. Se não fosse o goleiro do Piraporinha, já estaria uns 3x0". Como assim, cara-pálida? O goleiro não faz parte do time? Não é treinado e pago exatamente para evitar que o Piraporinha leve gols?

Tirem o goleiro do Piraporinha e o Campanário jogará com um a mais. Bela idéia de justiça essa deles.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Ungido

São Marcos, o padroeiro dos times sufocados e sem a opção do contra-ataque, fez mais três milagres em Recife ontem. Daqueles inquestionáveis, que os que não viram desacreditam e os que viram duvidam dos próprios olhos. E depois disso, ainda pegou três penaltis dos quatro cobrados pelo Sport, o que por si só deveria contar como mais um milagre. Afinal, como bem se sabe, penalti não é loteria e sim intervenção divina. Prova irrefutável que o palmeirense tá assim cos'ome lá de cima.

Onde está a Santa Sé quando se precisa dela? Canonização já!

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Segurança máxima

Todo dia de manhã, quando o fretado chega na portaria da empresa, um porteiro entra no ônibus, dá uma olhada pelo corredor, fala um 'beleza' para o motorista e libera a entrada. Quando a van volta das outras unidades da empresa, segue-se o mesmo ritual. Longe de mim reclamar da segurança do local de trabalho, ainda mais nesses tempos de atentados extremistas e sindicatos enfurecidos, mas fico me perguntando o que o porteiro precisaria para acionar o procedimento de emergência.

a) Ver, no meio daquele monte de gente meio dormindo, um turbante e/ou uma bomba de fabricação caseira;

b) Ouvir alguém sussurrando 'PLR' ou 'assédio moral';

c) Surpreender a galera do fundão no meio do coro de 'êô, êô, o [nome do concorrente] é um terror!';

d) Ouvir um 'atchim' seguido de um 'óinc', ou vice-versa.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Brasileirão 2009

O Campeonato Brasileiro começa nesse fim de semana. Ao invés de fazer uma análise dos times e suas aspirações, que trocentos outros sites e blogs já disponibilizaram, vou fazer um teste psicológico com o nome dos times. Daqueles em que você olha umas manchas e fala a primeira coisa que vem à mente. E para não fugir demais da linha, um palpite de qual vai ser a briga do dito cujo no campeonato. No fim do primeiro turno faço outra avaliação e no fim do campeonato, uma medição dos erros e acertos (o famoso índice de Não Falei?, derivado do americano Told You So index).

LEGENDA:
Rebaixamento - entre o 17º e 20º lugar
Limbo - entre o 12º e o 16º lugar
Sul-americana - entre o 5º e o 11º lugar
Libertadores - entre o 2º e o 4º lugar
Título - 1º lugar

Atlético/MG - toda vez fico na expectativa do Tardelli estourar, mas acho que Sul-americana tá de bom tamanho.

Atlético/PR - se ano passado foi a vez da do Eurico, esse ano é a herança maldita do Petraglia que vai se manifestar. Rebaixamento.

Avaí - não é aqui...surfe...Guga...ok, na quarta coisa que veio à mente, chegamos ao futebol: importou um meio-campista para a Coléia pra jogar com meu irmão. Não que impacte na campanha deles, que deve ficar no Limbo.

Barueri - inovar é uma coisa, inventar moda é outra completamente diferente. Três caras tomando conta de algo dá besteira desde os idos de março, com Julio César, Marco Antônio e Otávio. Rebaixamento.

Botafogo - tem mais time e mais técnico que no ano passado, mas não dá a impressão de que vai melhorar o desempenho. Sul-americana.

Corinthians - torço pelo Ronaldo tanto quanto torço contra Chicão, Felipe, Christian e Mano. Queria que o Fenômeno fosse o artilheiro do campeonato e só, mas acho que briga pelo Título.

Coritiba - impressionante na Copa do Brasil, nem parece que perdeu a referência no ataque. Dá até pra pensar em Libertadores.

Cruzeiro - medo. A cada ano que passa o time melhora. Título.

Flamengo - eu acredito no Adriano. Não, em duendes não. Libertadores.

Fluminense - no papel, é forte (Conca e Fred!), mas o papel só joga na semi da Copa da UEFA. Sul-americana.

Goiás - o Iarley é ótimo, mas acho que o resto não acompanha. Terá sorte se ficar no Limbo.

Grêmio - o Souza tá jogando tanto que nem lembrava que o Tcheco ainda está lá. Título.

Internacional - o melhor time do país pelo 3º ano seguido. Porém, acho que dessa vez vai brigar pelo Título.

Náutico - passou raspando too many years. Esse é o ano deles. Rebaixamento.

Palmeiras - ataque ganha jogo, defesa ganha campeonato. No máximo, briga pela Libertadores.

Santo André - uns 5 anos de atraso. Em 2004 um time com Gustavo Nery, Marcelinho Carioca e Rodrigo Fabri seria favorito ao título. Rebaixamento.

Santos - time bom e técnico inovador. Só duvido que a torcida tenha a paciência necessária. Deve ficar na Sul-americana.

São Paulo - tríplice coroa, a de verdade, com título nacional, continental e mundial. Espero nada menos que o Título, fora o baile.

Sport Recife - a Bombonilha não é mais aquela. Sul-americana.

Vitória - Carpegiani não dá confiança. Limbo.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

34 de 38

Contar a vida em semanas é algo viciante.